segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Dejavu

Com tempo livre a mais decidi dedicar-me a leitura... no entanto, sei que é a primeira vez que leio este, e sinto uma estranha sensação de dejavu, como se o estivesse a ler pela segunda vez. Especialmente numa certa frase que não sei porque, li e reli vezes sem conta. Faziam-lhe sempre lembrar o amor e a excitação e a promessa de começar de novo."
Não sei porque mas esta frase fazia-me lembrar algo, algo bom, algo que me acalmava. Só não conseguia perceber o que. E a sensação de já ter lido este livro, continuava a cada frase e palavra.
Pensando bem, existiam outros momentos assim desde que tinha acordado, as vezes com canções que sabia ser a primeira vez que as ouvia, ou com programas de televisão que tinham começado quando estava em "coma". 
O mais estranho que me tem acontecido é passear na rua e virar-me de repente quando ouvia alguem falar, como se fosse alguem conhecido, mas nunca vejo ninguem conhecido. 
Suponho que seja o cerebro ainda a voltar a normalidade. Afinal tudo o resto está a curar.
Em pouco tempo deverei voltar a minha vida normal.
Até lá, já estou encarregada de babysitting das minhas adoráveis sobrinhas, e desde que fui liberada para voltar a conduzir, que amanha começo a leva-las a piscina, irmã quis ter a certeza que eu já andava bem com o carro de novo, dai que andei a fazer os recados com ela ao lado a gritar cada vez que eu travava lol. Foram uns dias hilariantes mas também stressantes.
Bem de volta ao livro, a ver se o consigo acabar.




domingo, 27 de outubro de 2013

Do outro lado da historia - Cafézadas

Hélio - Andas doido o que??? Então andas a visitar uma rapariga em coma??? E nem sequer a conheçes...Perdes-te os parafusos de vez.
Gonçalo - Hey, não exageres... Só quero ter a certeza que fica tudo bem.
Hélio- Então informas-te com os médicos, não precisas de visita-la todas as semanas...
Gonçalo - Até ela recuperar não fico sossegado.
Hálio - Tu estás a ouvir-te bem... Tu não a conheçes....Ela não é tua namorada.
Gonçalo - Silêncio
Hélio - Tu não sejas maluco, tu nem sabes se a miuda vai acordar ou não, vais-te apaixonar por uma miuda em coma... está sa pensar bem...
Gonçalo - eu sei, seu sei , é de doidos, mas não consigo deixar de pensar nela.
Hélio - Gonçalo tu acorda, eu sei que sais-te de uma má relação, mas não vais te apaixonar por alguem em coma, nem podes falar e conversar com ela...
Gonçalo - Eu leio para ela.
Hélio - Gonçalo ELA ESTÁ EM COMA.... ACORDA
Gonçalo - Eu sei, eu sei... mas...
Hélio - Que mas... Não tens futuro, esqueçe... Queres namorar um vegetal???
Gonçalo - Hélio não exageres... Ela pode acordar..
Hélio - Quando??? Vais envelheçer a esperar, desperdiçar a vida?!?!?! Acorda tu Gonçalo..
Gonçalo - Eu sei... Não posso ve-la para sempre, mas até eu saber que ela está mesmo bem, depois deixo-a.
Hélio - Meu... tu não bates bem, sinceramente, mas é a tua vida...
( Goles de cerveja)



sábado, 26 de outubro de 2013

Pesadelos

Sala da maternidade.
Enfermeira - Voçe consegue força. força, já se ve a cabeça.
Natália - Estoua  fazer, que raio quer que faça mais.
Enfermeira - Está a vir, continue.
( Pausa... Choro de Bebé)
Enfermeira - Parabéns tem uma menina.
Natália chorando - Consegui... posso ve-la?
Enfermeira virando costas e indo ao encontro do Vasco.
Natália - Enfermeira posso ve-la?
Enfermeira entrega ao Vasco.
Natália - Não. Vasco, deixa-me ve-la...
Vasco - Ri-se vira as costas e vai ter com outra pessoa.
Natália - NÂOOOO, é minha filha... não é dela é minha filha...VASCOOOOOOOOO , ENFERMEIRA... ALGUEMMMMM É A MINHA FILHA....
Vasco e companhia levam a criança.
Natália - NÃO ELA É MINHA, NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO








( Acordo de tropeção, na cama)
Amarrandome a minha barriga pensando, um pesadelo....
Parecia tão real,
Lembro-me como se fosse ontem.
Vinha de cadeira de rodas com a minha irmã, naquele dia em que ganhei coragem para ir a minha antiga casa buscar o que me faltava.
A minha irmã tinha-me contado o quanto tentaram telefonar ao Vasco a contar do meu acidente, mas que ele não atendeu. Que quando foi a minha casa, estava vazia, todo que era dele tinha desaparecido. Soube mais tarde que tinha casado passado um mês do meu acidente com outra.
O dia em que acordei, o dia mais longo da minha vida e em que soube que tinha perdido o bebé.
Ninguem me queria contar, mas a minha insistencia em saber como estava após me terem dito que estive numa espécie de coma durante 3 meses, fez com que os doutores decidissem contar, especialmente porque fiquei de tal modo alterada por não me contarem, que ficaram com medo que tivesse outro ataque e que pudesse voltar ao estado em que estava.
Contaram que devido ao estado do meu corpo, não consegui aguentar a gravidez e abortei.
Acho que chorei durante horas, e depois começei a culpar tudo e todos.
Foram dias dificeis, para mim foi como se acorda-se normalmente, corpo dorido, dificuldade em mexer as penas e braços, mas estava lucida, só não entendi porque o meu corpo não reagia quando eu mandava. Explicaram que estive a ser alimentada por soro e que devido a gravidade da situação os meus musculos tinham sofrido devido a falta de nutrientes, e que o meu corpo tinha decidido limitar ao maximo o esforço corporal de modo a sobreviver, e que levaria algum tempo a recuperar com ajuda de fisioterapia, mas que voltaria ao normal. Só que estaria impossibilitada de fazer qualquer tipo de exercicio nos próximos tempos. No inicio pensei que fosse ficar presa a uma cama durante muito tempo, mas não após um mês de acordar, começei a conseguir movimentar sozinha de modo que fui começando a reabilitação de força, com ajuda do fisioterapeuta. E após 2 meses de acordar, já tinha autorização para ir para casa, com a promessa de continuar no terapeuta, e na fisioterapia. e não faltar ao exames de modo a verificarem sempre a evolução do corpo de modo a não haver recaidas.

Levanto-me da cama e vou ao quarto de banho. Olho ao espelho, cara vermelha, suor a escorrer pela face, lavo a cara e volto a olhar ao espelho, aquelas marcas continuam ali. Já levava uma vida quase normal, já conseguia andar, ainda estava proibida de fazer qualquer esforço, por isso regressar ao trabalho teve de ficar suspenso. Por sorte o meu patrão é uma pessoa que cuida dos empregados, de modo que ajudou a minha familia a tratar da papelada para a segurança social de modo a eu não ficar desamparada enquanto não pudesse regressar, por isso recebo um subsidio de desemprego por invalidez, até recuperar, e quando estiver bem, puderei voltar. Infelizmente isso também faz como que tenha de estar constantemente a provar que ainda não sou capaz de trabalhar, o que é muito chato. Por mim voltava já amanhã a trabalhar no entanto até os exames estarem a 100% não posso voltar a fazer esforços.

( Entrar no banho)
Ruido da água.
Ainda bem que tenho a familia que tenho.

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Do outro lado da historia - Visitas rotineiras

Gonçalo - Olá, mais um dia e estou aqui para te ver. O doutor Rui disse que estás a melhorar. Um passo de cada vez, apesar de ainda não teres acordado, os exames tem sido bastante melhores.
Doutor Rui - Senhor Gonçalo, não se esqueça que nãotem muito tempo, estuo do lado de fora da porta.
Gonçalo - Obrigado
Porta Fecha
Gonçalo - Não sei porque de tudo isto aconteçer, mas desde aquele momento que não me sais da cabeça. E cada vez mais me sinto esperançado em puder falar contigo, apesar de achar que te vai pareçer muito estranho acordares com um desconhecido a falar contigo, em um quarto de hospital.
Não posso, vir todos os dias porque além do trabalho, também faço um extra do qual gosto muito. Mas espero um dia conseguir falar-te sobre isso.
Tornou-se uma rotina vir ver-te todas as quartas feiras. O doutor Rui disse que era o melhor dia, visto que a tua familia custuma vri mais tarde nesse dia, e de modo a não prejudicar o hospital não posso ser visto no quarto de uma doente da qual não sou familiar.
Bem o meu dia foi normal, tie uma reunião hoje, começou logo cedinho sobre aquele projecto que te tinha falado antes, foi completamente diferente do que já tinha feito, um shopping com tamanha repercussão etnica não é facil de organizar e fazer, existem muitos lados a verificar.
Acho que correu bem, pelo menos sairam da sala de reuniões bastante impressionados. Também tenho um colega bastante fiável.
Ah - trouxe um livro que achei que ias gostei, lembrei-me que tinhas um livro no carro. Nem sei como me lembro destas coisas, no meio daquela confusão como consegui reparar em algo. Espero que gostes do que te vou ler.
( Começa a ler.)
( 30 m depois)
Porta Abre
Doutor Rui - Senhor Gonçalo está na hora.
Gonçalo parando de ler - Já está, mal li o livro que trouxe. Acha que posso deixar aqui.
Doutor Rui - Sabe que não pode deixar nada aqui, nem trazer presentes, como explicaria a familia.
Gonçalo - Não pode dizer que fui um amigo.
Doutor Rui - O estado dela apesar de melhor ainda é muito reservado, ninguem execeto familia pode ve-la.
Gonçalo  dirigindo-se para a porta - Entendo.
( Sinal muito forte)
Doutor Rui - Saia da frente depressa e espere ai fora, náo entre. ( chamando alto) ENFERMEIRA SALA 125 - OUTRO ATAQUE
( Pessoas a correr para a porta)
Gonçalo no corredor atordoado - ( Outro ataque - pensa)
Espreitando pela porta aberta....
Doutor Rui  - Rápido temos de estabiliza-la senão pode traumatizar mais o corpo.
( Passsado uma eternidade.....)
( Pessoas a sair do quarto de hospital)
Gonçalo - dirigindo-se ao Doutor Rui - Que se passou? Pensei que ela estáva estável.
Doutor Rui - Lamento que tenha visto isto. Quando voçe faz as visitas ela não custuma ter os ataques. Não sabemos que se passa, sabemos que existe uma forte reação cerebral a algo, tipo sonho, e que o corpo reage tendo um ataque. É uma das razões pela qual está a ser tão dificil o corpo recuperar, isso e fora o aborto.
Gonçalo - (incredulo) - Aborto? Ela estava grávida?
Doutor Rui - Voçe não devia ter ouvido isso, é informação que só foi dada a familia. E mesmo eles ficaram chocados com a noticia, ninguem sabia ao que pareçe. Não era de muito tempo, mas no acidente o corpo dela sofreu tantos danos internos que não aguentou o trauma e foi efectuado um aborto devido ao embrião ter infecionado, por um aborto espontaneo que não correu bem, no meio de tantos problemas já exstentes. Devido a stress que o corpo estava a sofrer, mais os danos, o aborto so veio a causar ainda mais preocupações, ouve dias que devido ao ataques pensamos que o corpo e o coração fosse ceder.
Gonçalo - Nunca pensei ser tão grave.
Doutor Rui - Tentei minimizar o seu tempo com ela, não só devido a familia mas tambem devido aos ataques.
Gonçalo - Será melhor não voltara  ve-la então, se posso despoletar um ataque.
Douto Rui - Pelo contrario, é a primeira vez que vemos um ataque nos seus dias de vista. Reparamos que quando visita ela pareçe ficar mais calma, e por consequencia, sem ataques. Existe algo que a aflige atlvez, e a sua vinda tem minimizado essa aflição. Claro que não fazemos a minima ideia do que se passa no cerebro dela, mas ela pareçe reagir bem a sua presença.
Gonçalo - A sério? Posso então despedir-me
Doutor Rui - ( Pensando) Seja rápido do genero entrar e sair.
Gonçalo entrando no quarto - Desculpa, não sabia. Volto na próxima semana sem falta.
Doutor Rui - Senhor Gonçalo, Tudo que lhe falei, não é para ser discutido com ninguem.
Gonçalo dirigindo-se a porta - Entendo Doutor Rui.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sonhos

( Susurros Virei visitar-te até ficares boa, prometo ver-te sempre que puder... Sussuroos)

9.00 - Despertador toca.

Um daqueles sonhos de novo. Ultimamente tenho sonhado sempre com a mesma voz, não consigo ver quem é, mas é sempre algo diferente.
Levanto-me e vou para o duche.
A minha irmã deve estar a chegar, para me levar ao médico e depois testes. Desde que acordei que ando entre médicos e exames, não que ache que existe algo de mal comigo, alem de ... Olho ao espelho ... O doutor disse que agora deveria demorar pouco tempo a sarar, mas ainda fico chocada a olhar o meu rosto, as marcas.....
Lembro-me de tudo até ao momento que .... dizem que bati contra um camião., mas só me lembro daquela luz forte, apartir dai... raios as dores de cabeça. Sempre que começo a pensar no acidente, fico com dores de cabeça.
Campainha da porta.
- Já vou... ( Gritando)
Melhor despachar-me.
Pausa...
Abrindo a porta.
Catarina  - Anda lá dorminhoca, não achas que já dormis-te o bastante nos utlimos meses... opa toca a andar.
Eu - Estou quase, estou quase.
Catarina - Nota-se.
Amarro-me a cabeça.
Catarina - Dores de cabeça de novo?
Eu - Sim, estava a lembrar-me do acidente e tudo o resto.
Catarina - Menina agora é só pensar em recuperar, estás viva e isso já é muito bom, agora é retomar a vida.
Eu - És sempre a mesma optimista.
Catarina - Com duas pequenas energéticas se não fosse estava em depressão lol.
Eu - Pois.
Catarina- Vamos Vamos.
Eu - Já vou, já vou.
Porta a Bater.

Do outro Lado da História - Descobertas

Entrei no seu quarto e fiquei petrificado a porta.
Ligaduras na cara escondendo seu rosto, tubos por tudo quanto é sitio, para respirar, para o soro, para viver... Fiquei chocado, no meu intimo sempre pensei que ela estivesse melhor, que o meu esforço tinha ajudado a minimizar os danos.
O doutor atrás de mim, começou a falar.
Doutor - Os danos não foram tão graves quanto pareçe, mas devido ao traumatismo interno o corpo está a demorar mais tempo a recuperar do que o previsto num acidente deste. Como entendo não o podemos deixar ficar aqui muito tempo, o Doutor Rui, entende a sua situação, e diz que pode vir visita-la, desde que demore o menos tempo possivel e irei acompanha-lo sempre nas visitas.
Gonçalo - Ela está acordada?
Doutor - O estado dela de momento é estável, mas ainda não abriu os olhos. Desconfiamos que devido ao traumatismo que o corpo dela sofreu, que esteja simplesmente a dormir.
Gonçalo - Está em coma?
Doutor - Não. O cerebro continua a funcionar na sua capacidade total, simplesmente o corpo pareçe estar demasiado danificado para reagir, digamos que entrou em reparação profunda. Temos ajudado introduzindo o necessário para o corpo se suster e recuperar, mas mesmo assim tem sido recuperação lenta, isto porque também tivemos de utilizar medicamentos para tratar possiveis infeções que pudessem ocorrer.
Gonçalo - Mas vai acordar?
Doutor - Difcil dizer, depende da recuperação que tiver.
Gonçalo - Entendo. E as ligaduras???
Doutor - Pareçe que fragmentos dos vidros ficaram encrostados na pele da paciente, tivemos de recorer a cirurgia para conseguir retirar todos os pedaços, e devido a sua recuperação lenta, as feridas tendem a abrir muitas vezes, de modo que decidimos que seria uma melhor proteção. São mudadas várias vezes ao dia.
Gonçalo - Posso voltar amanha para ve-la?
Doutor - Como lhe disse, por muito pouco tempo, e seria melhor que não viesse todos os dias.
Gonçalo - Entendo. Posso ter alguns minutos a sós, para dizer algumas coisas.
Doutor - Estou a porta.
Gonçalo - Obrigado.
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Gonçalo - Desculpa, deveria ter feito mais... deveria... Nunca pensei que estivesses aqui. Virei visitar-te até ficares boa, prometo ver-te sempre que puder. Mas não posso ficar muito tempo, por isso até outro dia.
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